Incêndio em área de cerrado foi a causa de apagão no DF, diz empresa
Calor provocou desligamento automático de linha de
transmissão, diz CEB.
Sem eletricidade, STF iniciou sessão do
mensalão com gerador de energia.
A Companhia Energética
de Brasília (CEB) informou que o apagão que atingiu o
Distrito Federal na
tarde desta quinta-feira (4) foi causado por um incêndio em vegetação de
cerrado sob a linha de transmissão entre as subestações Samambaia e Brasília
Norte, que fica no Setor Militar Urbano.
A
falta de energia atingiu 70% do Distrito Federal – o equivalente a 560 mil
consumidores, segundo a CEB – e provocou a paralisação do metrô do DFe
congestionamentos no trânsito, suspendeu serviços públicos e deixou parte da
Esplanada dos Ministérios sem energia.
O apagão afetou serviços
públicos no DF. No Supremo Tribunal Federal (STF), a sessão de julgamento do mensalão para conclusão do voto do revisor da ação penal, ministro Ricardo
Lewandowski, sobre acusações contra a antiga cúpula do PT foi iniciada com
energia fornecida por geradores.
A assessoria do
Supremo informou que, por volta das 17h, o fornecimento de energia foi
normalizado, e o tribunal deixou de depender de geradores.
Energia
restabelecida
De acordo
com o presidente da CEB, Rubens Fonseca, os registros da empresa indicam que o
apagão durou duas horas exatas – das 13h14 às 15h14. Segundo ele, às 18h15
todas as áreas do DF já tinham a energia restabelecida, à exceção de pontos no
Vale do Amanhecer e no Padef.
Fonseca
afirmou que consumidores poderiam relatar falta de energia em alguns pontos de
regiões administrativas do DF, mas disse que esses casos seriam “problemas
secundários” decorrentes do apagão. Segundo o presidente, o apagão no DF não
teve relação com a falta de energia em quatro regiões do país na noite de terça-feira (3).
De
acordo com o diretor de operações da CEB, Manoel Clementino, serão investidos
neste ano R$ 130 milhões para amenizar os problemas da rede elétrica do DF. A
companhia prevê que até dezembro serão inauguradas duas novas subestações, uma
no Gama e outra no Riacho Fundo.
TJDFT
No Tribunal
de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) os serviços foram suspensos. Além da sede, os
14 fóruns também interromperam as atividades. As audiência marcadas para depois
das 14h30, horário em que a energia caiu, foram canceladas e devem ser
remarcadas. A assessoria informou que não é possível estimar quantas pessoas
foram prejudicadas ou quantas audiências não foram realizadas.
Metrô
Também por
conta do apagão, o Metrô do DF ficou sem operar por três horas. A paralisação
dos trens provocou mal-estar em vários passageiros, que chegaram a ficar até 30
minutos presos em vagões. Eles tiveram de quebrar janelas para poder deixar os
trens e caminhar pelos trilhos até chegar a uma estação.
As estações foram reabertas
e 11 trens voltaram a circular às 16h15. Às 17h30, 21 trens estavam em
operação. O DFTrans, autarquia que administra o transporte público no DF,
informou que reforçaria o número de ônibus nas áreas próximas às estações do
Metrô para diminuir os transtornos na volta para a casa.
Esplanada
A
falta de energia afetou ainda a Esplanada dos Ministérios. O Congresso e o
Supremo Tribunal Federal, além de ministérios, ficaram no escuro. No Palácio do
Planalto, geradores impediram que a sede do Executivo ficasse no escuro.
Os
principais hospitais de Brasília funcionavam com gerador de energia. O Hospital
de Base, o maior do Distrito Federal, informou que o gerador entrou em
funcionamento assim que o fornecimento da CEB foi interrompido.
Prejuízos
O
apagão desta quarta causou prejuízo de pelo menos R$ 3 milhões para a construção
civil, segundo estimativa do sindicato da categoria (Sinduscon).
Os cálculos preliminares da entidade se baseiam exclusivamente nos gastos com
mão de obra. A Câmara dos Dirigentes Lojistas do DF estima uma perda de até 20%
no faturamento do dia no comércio.
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