Permanência é registrada em banco de dados; pais recebem
torpedo.
Teste é feito com 42 alunos do Centro de
Ensino Médio 414 de Samambaia.
Desde o início desta
semana, 42 alunos de uma turma do 1º ano do Centro de Ensino Médio 414 de
Samambaia, no Distrito Federal, testam
um sistema eletrônico que registra o momento em que eles entram na instituição
e deixam o local. O controle é feito por meio de um chip aplicado ao uniforme.
A presença é registrada
automaticamente, no momento que os estudantes cruzam o sensor instalado na
entrada da escola. Além de os dados ficarem guardados em um sistema acessado
pela direção da escola, os pais dos estudantes recebem mensagem por celular
avisando do horário de entrada e saída.
O
equipamento começou a ser aplicado nos uniformes na última quinta-feira (18). O
teste, de iniciativa da direção da escola, terá duração de um mês, sem custos
para a instituição, e foi aprovado por pais e alunos.
“Estávamos
tendo problemas com a saída antecipada de alunos. Já tínhamos tentado outras
opções para lidar com esse problema, como controle por carteirinha, mas eles
sempre davam um jeito de driblar. Foi quando vi uma reportagem sobre experiência semelhante em uma escola em Vitória da Conquista, na Bahia”,
conta a diretora da escola, Remísia Tavares.
Representante da empresa
responsável pelo sistema, Bruno Marques da Costa explica que a tecnologia
utilizada é a de identificação por radiofrequência. “É a mesma tecnologia
utilizada em alguns pedágios em São Paulo. Fora do Brasil, alguns supermercados
usam para somar o valor dos produtos colocados no carrinho, automaticamente,
antes da chegada ao caixa.”
Costa
explica que o uniforme com chip pode ser lavado e passado sem causar dano ao
equipamento. A depender do volume a ser instalado, o sistema não altera muito o
custo do uniforme, afirma.
Ele
diz ainda que a tecnologia pode ser utilizada de forma mais ampla, não apenas
para controle de presença dos estudantes. A base de dados pode conter, por
exemplo, informações sobre a saúde dos alunos. “No caso de um acidente, se o
estudante estiver de uniforme, é possível saber o tipo sanguíneo dele, se tem
restrição a algum medicamento. Isso vai depender dos dados que estarão no
sistema.”
Pais mais presentes.
Para a
diretora do Centro de Ensino Médio 414 de
Samambaia, instituição com 780 alunos, todos do ensino médio, o sistema
também permite uma aproximação dos pais com o dia a dia dos estudantes.
“O sistema não comunica
só entrada e saída dos alunos, mas, pode avisar também da entrega de boletins.
Dessa forma, a gente consegue informar os pais rapidamente sobre o que acontece
dentro da escola”, fala Remísia Tavares.
Rosana
Ferreira Rodrigues é mãe de um aluno que está participando do teste. "É
uma coisa simples, que resolve. Como mãe, fico mais tranquila com o sistema em
funcionamento", disse. A estudante Gabrielly Ramos, de 15 anos, diz
que a mãe dela está recebendo mensagens e monitorando quando ela entra e sai do
colégio. "Meu pais acharam o sistema muito interessante."
Perspectivas
Em junho de
2011, o Núcleo de Tecnologia Educacional do Guará (NTE) testou um sistema digital que fazia
leitura de impressão digital para registrar a frequência dos alunos. A
assessoria da Secretaria de Educação afirmou que o projeto do Guará não está em
funcionamento por causa de questões tecnológicas.
Ainda
segundo a assessoria, a pasta não estava ciente da experiência em Samambaia e
um sistema único para todas as escolas públicas é estudado pelo governo. O
uniforme com o chip pode ser a opção adotada, desde que apresente resultados
satisfatórios.
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