Enquanto os mais carentes sonham com emprego e segurança, os mais favorecidos querem ética na política.
Publicação: 13/12/2013 06:03 Atualização: 12/12/2013 23:53
Da varanda de seu barraco repleto de lama, na Estrutural, a catadora de material reciclável Ana Paula Barbosa dos Santos, 25, responde com desânimo à pergunta sobre o que poderia melhorar a vida dela. Mãe de três filhos e à espera do quarto, ela lida todos os dias com a falta de água limpa, o mau cheiro do aterro sanitário e as crianças fora da escola. Diante de “tantas faltas”, ela diz que mais segurança contra a violência é uma das prioridades para o “mundo” dela ser melhor.
Com quase a mesma idade de Ana Paula, a estudante da Universidade de Brasília (UnB) Daiana Nasário, 24 anos, tem outras prioridades. Cursando bacharelado em artes plásticas, a jovem acredita que os brasileiros precisam de políticos mais honestos e responsáveis.
As diferenças de opinião entre as duas jovens brasilienses de classes
econômicas distintas refletem alguns dos resultados do estudo divulgado ontem
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O levantamento revela
que, entre os mais pobres, as pessoas acreditam que trabalho, assistência aos
desempregados e proteção contra a violência são essenciais para um Brasil
melhor. Já os mais ricos priorizam liberdades políticas, proteção do meio
ambiente e governos mais honestos.
Intitulado Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) – Nossos Brasis:
prioridades da população, o estudo foi a campo em agosto de 2013 e ouviu 3.819
pessoas em mais de 200 cidades do país. Cada entrevistado listou seis
prioridades para sua família dentre 16 opções apresentadas aleatoriamente. O
levantamento faz parte da pesquisa Meu Mundo (My World), das Nações Unidas, que
define as prioridades da população mundial até 2015.
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