quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Revoltado com remarcação de cirurgia do irmão, homem invade recepção de hospital com carro


Pacientes que dependem da rede pública de saúde do DF reclamam que cirurgias foram desmarcadas no Hospital de Ceilândia, região administrativa do DF, porque os anestesistas não quiseram atender durante a madrugada desta quinta-feira (6).


A aposentada Filomena Maria da Costa acompanha a filha que está internada há 15 dias no hospital. Ela rompeu o tendão e estava na sala de cirurgia quando foi informada de que não poderia ser operada.



— Ela foi levada para o centro cirúrgico. Chegou lá, o médico chamou a anestesista e e ela disse que não iria atender. E ninguém justificou nada.



O marido da dona de casa Sônia Irene da Silva também passou pela mesma situação. Internado há uma semana com problemas no joelho, ele teve a cirurgia marcada para as 23h desta quarta-feira (5).




No entanto, momentos antes de ser operado, foi informado de que a cirurgia não poderia ser realizada.



— A anestesista simplesmente informou que não iria atender e realmente não fez nada.



A reportagem da TV Record Brasília acompanhou a situação e tentou por mais de uma hora buscar explicações sobre os motivos dessas cirurgias terem sido canceladas.



No entanto, a entrada não foi autorizada e a única informação repassada é que ninguém no hospital pode conversar sobre o assunto.



Ao analisar a escala de plantão dos médicos, uma outra surpresa: estava desatualizada. E essa não é a única reclamação. 



Os pacientes também dizem que a falta de atendimento é um problema grave no hospital. A autônoma Sheila de Oliveira reclama da falta de atenção dos médicos, enfermeiros e funcionários do hospital.



— Estou aqui há 13 horas com minha mãe, de 65 anos. Ela não tem idade para passar por esse tipo de aborrecimento. É um absurdo.



A mulher do decorador Edivaldo Gomes também aguarda por atendimento há um bom tempo. Ela chegou ao hospital com fortes dores no corpo e mal conseguia ficar em pé.



— Estamos aqui há três horas, ela está com febre, vomitando e ninguém faz nenhum procedimento.



A Secretaria de Saúde do DF foi procurada para comentar o assunto e se pronunciar sobre as reclamações, mas até a publicação desta reportagem ninguém retornou aos contatos.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Shaolin se comunicou através de equipamento que lê os olhos.


Após mais de um ano e meio do acidente que deixou em coma o humorista paraibano Francisco Jozenilton Veloso, o Shaolin, a família revelou em entrevista aos jornalistas que o artista tem avançado significativamente no tratamento e que reconheceu algumas pessoas. A informação veio depois que Shaolin foi submetido a testes com um equipamento importado que identifica respostas através dos olhos.

De acordo com a neuropsicóloga Morgana Andrade, que acompanha o tratamento desde que o artista recebeu alta e foi levado para casa em junho de 2011, ele tem melhorado significativamente. "No início ele tinha respostas mínimas, trabalhávamos muito pouco tempo e agora conseguimos estender mais o tempo da terapia", disse.

Ainda segundo ela, os médicos descartaram a hipótese de que ele estivesse em um estado de coma vigil, em que há reações como piscar os olhos, chorar ou sorrir, mas que são involuntárias. Os médicos passaram a acreditar que as ações dele são propositais depois que ele passou por testes com o equipamento e esboçou respostas com o olhar a rápidas perguntas feitas pelos familiares.

Os testes foram feitos na segunda-feira (3) na casa de Shaolin. A máquina, de tecnologia sueca, consegue obter respostas através dos movimentos dos olhos do paciente quando ele é submetido com pequenos estímulos. No caso do artista, os estímulos foram pequenas perguntas em que o equipamento captava uma confirmação ou uma negativa, ou seja, ele respondia apenas se sim ou se não.

O cunhado de Shaolin, Ricardo Santos, disse que a maioria das questões era indagando o humorista se ele reconhecia ou não as pessoas. "Ele deu mostras de que está totalmente consciente e conheceu todas as pessoas que estavam no quarto, inclusive gente que ele não via desde antes do acidente", disse. Segundo ele, o equipamento foi apenas testado e os médicos paraibanos vão passar a utilizá-lo depois que fizerem alguns estudos.

Apesar disso, a esposa de Shaolin, Laudiceia Veloso, disse já estar ansiosa para se comunicar todos os dias com o marido, mesmo que limitadamente através do aparelho. "Foi emocionante! Há muito tempo a gente espera uma resposta dele de alguma forma. Até o momento não tínhamos uma resposta concreta, mas a partir da máquina conseguimos. Ela vai demonstrar como e até onde o nível de consciência dele está aumentando. Vai ficar muito mais fácil de se comunicar" relatou.

Ricardo disse que os médicos explicaram à família que Shaolin tenta se comunicar, mas não consegue se expressar. "A comunicação através da máquina é muito sutil. Quanto ao avanço no tratamento é preciso esperar para saber se ele vai continuar assim, se vai melhorar, se vai ficar com sequelas. É preciso esperar", disse.